14.8.06

FLIP: o OFF do OFF (ou, simplesmente, ON)

Vi Cataldo catando verso da pedra pisada em Parati e tacando tudo por ali. Vi Dudu criando verso da vida vivida, dando vida ao papel do poeta e quase perdendo a voz de tanto encontrá-la. Vi também Alex, Marcelo, Diego, Cabral, tudo que é filé de peixe, dando banquete de versos servidos de bar em bar. Vi a poesia maloqueirista regar de gíria paulista o chafariz da praça. Vi a Carpes com toda a sua Graça. Vi João Luiz e Tavinho armando o palco e acendendo a tocha pra iluminar a poesia de quem fosse. Vi poeta em cada esquina, em cada praça, em cada bar, em tudo que é lugar. Ouvi a poesia da boca do poeta, li a poesia da página do livreto. Toda a poesia me comove. Como comove a poesia do mar batendo no cais, do rio riscando pedras e formando poços, da lua cheia entrecortada pelos galhos secos da árvore como única fonte de luz, da pedra pisada, pedra pisada, pedra pisada, da caminhada na estrada, do balanço da carroça que me leva, do borbulhar da pinga fermentando antes de tornar-se pinga, a poesia da ginga, da dança, a poesia do olhar da criança índia e de toda a família vendendo sua palha no chão, enquanto passam pés, uns com pressa, outros não, e sempre algum que tropeça no vão da pedra do chão, a poesia do riso, do porre, da ponte que todo dia eu atravesso, do menino pulando da ponte na água suja, da água suja a caminho do mar, da estátua erguida que é Iemanjá, a poesia de deitar quando se tem sono, de acordar quando está sanado, a poesia de andar a esmo vendo poesia em tudo que é o mesmo, em tudo o que destoa. A poesia que se faz à toa. Sempre me comove a poesia que se move entre um pedaço de espaço e um movimento de tempo. Eu me movo na poesia de cada momento.

4 comentários:

Anônimo disse...

bix,

que lindeza teu minizine. no que me cabe, obrigado. tá muito bem diagramado. tá linda q nem vc. bjs, ch.

Beatriz Provasi disse...

são seus olhos... lindos!

Anônimo disse...

é,eu também pude ver tudo isso aí que cê viu bia!experiência ímpar! botamos a flip pra roer nossos ossos e ofícios.não precisávamos de off pois estávamos on.não falto mais,ano q vem eu vô.e se num fosse tu,eu tinha durmido no buraco do tatu.obrigado,beijo,dudu

Beatriz Provasi disse...

a flip não seria a mesma sem vc, dudu. divinareeeeeeee!!!