7.8.06

"Ao homem que não me quis"

"De tanto não vir, João pregou-me nesta paisagem feito um crucifixo." (do conto "Natureza morta", de Ivana Arruda Leite)


Mas minha paisagem não é tão bela quanto a dela. Na verdade, não passa desta tela. Pois noutro conto ("Mulher do povo"), Ivana escreve: "Os livros são a minha salvação. Quando tudo ao redor se torna insuportável, enfio a cabeça dentro deles e espero o temporal passar." Foi o que fiz hoje. Passei a tarde lendo "Ao homem que não me quis". E foi o suficiente para querer mais, para querer ler todos os livros desta mulher! Os contos são todos maravilhosos! Gostei especialmente de "Da difícil vida das rêmoras". Gosto de ser surpreendida. E o conto tem umas reviravoltas magníficas até o final. Mas o que dá título ao livro é também uma delícia, e todos os outros. Não teve um, por mais curto e grosso que fosse, de que não tenha gostado. "Por Deus" são apenas duas frases: "Tira essa faca do meu peito e enterra o pau. É muito mais confortável." Caralho, Ivana! Que poder de síntese fantástico!
A primeira vez que vi a Ivana Arruda Leite foi em cena, no projeto "Autores em cena", no Itaú Cultural, em maio deste ano. Ela e a Índigo arrasaram com uma direção também arrasadora da Fernanda D'Umbra. Foi lá que comprei o livro dela. Mas só agora li. Tenho uma certa compulsão por comprar livros. Mas nunca tempo suficiente para ler todos. Então ele ficou na estante, aguardando o momento exato para ser lido. Lido, não. Devorado. E já virei fã de carteirinha. Ela tem também um blogue, que eu vou linkar aqui do lado:
http://www.doidivana.zip.net/ . Tá lindo, lindo. Vale muito a pena conferir!

2 comentários:

Anônimo disse...

Menina, quer me matar do coração? Uau! Valeu meu dia, meu mês, quiçá minha vida. Um beijo enorme.

Beatriz Provasi disse...

Claro que não! Vc ainda tem que viver muito pra escrever ainda muitos outros livros que me resgatem dos temporais!...