21.1.06

9 anos de espera

Estava fumando um cigarro jogada no sofá da sala, quando me lembrei deste pequeno conto que escrevi em 97, aos 16 aninhos, e resolvi publicar. Foi mais ou menos nessa época (na verdade, um ano antes) que comecei a escrever.

A longa espera

Cida já fumava o último cigarro do maço que comprara pela manhã. Estava à espera do "príncipe encantado" (Dizia querer encontrar o homem ideal!). Sentada num desconfortável sofá de um apartamentinho no Flamengo (e já com o aluguel atrasado), esperava pacientemente. Poderia passar a vida inteira esperando, mas precisava comprar mais cigarros. Desceu os dois andares de escada e caminhou lentamente até o bar da esquina.
- Um maço de Free. – pediu.
Já com os cigarros em punho, foi caminhando, sem pressa, até a sua casa. Alguns homens que passavam na rua a olhavam (Ela era uma moça bonita, atraente. Tinha longos cabelos castanhos, olhos azuis e devia ter uns dezoito anos.), mas ela não dava bola, nem pelota. Só um homem a interessava. E esse ela iria esperar em casa. Talvez mais tarde ele chegasse, no seu sonho. Talvez não. De qualquer forma, era dele que ela gostava.
Muitos anos depois, estava Maria Aparecida sentada, no mesmo sofá desconfortável; e morta. Morrera esperando. O último cigarro caíra sobre o sofá, aceso. E o cigarro que a consumira por dentro durante todos esses anos, a consumia agora por completo. O fogo já se alastrava por todo o apartamento, acabando com tudo o que teria sido a sua vida. Inclusive as contas atrasadas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se esse comentário resistir à ferramenta anti-spam do blogger...
estranho me sentir musa de uma poema q não foi feito pra mim, não fala de im, nem tem nada a ver comigo...
Mas talvez eu continue esperando...
Talvez a chama do cigarro ainda não tenha me alcançado...
Adorei te ver. Q nossos encontros não sejam tão bissextos.
Bjos, amiga

Beatriz Provasi disse...

Oi Tá! Eu também continuo esperando... Idealizar não é problema. Só não dá pra deixar de viver! Vc vive! Eu vivo! Beijos!