11.8.08

tudo no meu tempo

força estranha que de prédio novo faz ruína
o que nasce já fica velho e nem se cria
furto verde que despenca amolecido
não há tempo de amadurecimento
o rápido engole o lento
eu engulo a seco o tempo
sou passado sem ter tido a opção do futuro
me publico sem passar a limpo o meu rascunho
cheia de erros crassos, toda em desacordo
mas vazo dos limites do quadrado
em meio ao dia quando acordo
porque meu tempo é sempre
e muito
tem milhões de quadros meu segundo
minha linha é curva
e meu olhar, enviesado
atravesso o mundo fora da faixa
no meu passo lento
sinto a dor, ossos quebrados, fratura exposta
e não tenho medo não fujo nem rezo
eu enfrento o atropelamento
(o resto é que é perda de tempo)

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