19.3.06

Ah, monografia interminável...

Acho que vou publicá-la em livro. Ainda nem terminei, e já está com 92 páginas! E, modéstia à parte, está ficando muito boa! As considerações finais então!... Eu me deliciei escrevendo e me delicio a cada vez que leio... porque me permiti quebrar algumas convenções de "formatação acadêmica", com uma linguagem mais livre e finalizando com um poema!... E aproveitei, claro, pra dar umas "porradinhas" na academia. Segue o resumo provisório. Se alguém tiver interesse no tema, é só me passar o e-mail, que quando o trabalho estiver concluído, mando uma cópia em pdf.

"QUANTO VALE OU É POR QUILO?"
UMA INTERROGAÇÃO SOBRE O ESPECTADOR DO CINEMA

RESUMO

Este trabalho busca compreender o papel da arte, e em especial do cinema, na contemporaneidade, a partir de concepções marxistas e gramscianas que situam o ser humano como sujeito histórico, ressaltando a dinâmica do processo histórico e o papel do “intelectual orgânico” na “disputa de hegemonia”. Para isso, apresenta algumas formulações teóricas que ajudam a pensar a relação com o espectador, enquanto sujeito histórico, num projeto de cinema contra-hegemônico, tendo como base, principalmente, os trabalhos de Bertolt Brecht e Sergei Eisenstein. E a partir daí, busca verificar como estas teorias se relacionam ao analisar um trabalho artístico contemporâneo específico, o filme “Quanto vale ou é por quilo?”, de Sérgio Bianchi. Pretende-se, dessa forma, atualizar uma série de formulações teóricas em um trabalho prático contemporâneo que as dinamiza.
No primeiro capítulo, intitulado O espectador em primeiro plano, destacam-se algumas das principais teorias cinematográficas que analisam a relação do filme com o espectador, não de uma forma passiva, pela identificação com o herói, no qual o espectador projeta suas emoções, mas despertando-lhe a atividade crítica, trazendo para o primeiro plano o próprio espectador, no qual as questões do filme se projetam. Os principais objetos de análise são as teorias teatrais de Bertolt Brecht, com o intuito de aferir seus ecos no cinema, bem como as teorias eisensteinianas mais diretamente relacionadas com a atividade espectatorial. As técnicas de antiilusionismo estudadas detalhadamente por Robert Stam e a dialética entre espetáculo e espectador analisada por Tomás Gutiérrez Alea são também amplamente debatidas.
No segundo capítulo, intitulado Uma interrogação se projeta sobre os espectadores: quanto vale ou é por quilo?, busca-se estabelecer um diálogo entre a teoria pesquisada e a prática cinematográfica, por meio da análise do filme “Quanto vale ou é por quilo?”, de Sérgio Bianchi, considerando ainda a conjuntura em que se insere a realização deste filme e sua relação com o conjunto da obra do cineasta.

Por fim, considera-se como as questões desenvolvidas abrem-se ainda em novas questões, inclusive no âmbito da academia, em que este trabalho se inscreve.
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Foto do filme: "Quanto vale ou é por quilo?"

(http://www.quantovaleoueporquilo.com.br/)

Um comentário:

Beatriz Provasi disse...

É só vir buscar! Beijos!