26.11.05

Crônica da semana

Cara-a-cara com o público

Nada como um dia após o outro, e muita cachaça entre eles!... Comecei a semana me apresentando no Dizer Poesia, na Livraria Ver e Dicto. Poucas pessoas, clima aconchegante, perfeito para vencer a inibição. Mesmo assim tive palpitações e uma tremedeira que parece tomar meu corpo inteiro, mas só se reflete levemente nas mãos...
No dia seguinte, mesma coisa. Na verdade, um pouco pior: palco montado na Praça de São Domingos, público bem mais numeroso. Mas a cachaça mineira do Mãe d’água me serviu de combustível e calmante!
Na quarta-feira, começou o Poesia Voa no Circo. Eu só me apresentaria na quinta, mas um amigo entregou um fanzine meu pro Tavinho Paes, que me chamou ao microfone. E eu quase tive um treco!... Mas encarei o microfone e sobrevivi...
Na quinta, foram muitos e muitos chopes antes da minha apresentação e eu falei descalça, pés no chão, o que me deu uma segurança bem maior. No final, rolou um roda de poesia com os sobreviventes e a essa altura eu já nem me lembrava mais de como era sentir aquelas palpitações e tremedeiras...
Na sexta, falei num microfone montado na “lona B” do Circo. E nunca me senti tão à vontade! De fato, nada como um dia após o outro, e muita cachaça entre eles!...

Palmas pra Niterói!

Enquanto Niterói completava seus 432 anos, o Movimento Pop Goiaba comemorava sete anos com sete dias de festas. A Prefeitura armou um mega-evento na Praia de Icaraí, com show da Elba Ramalho. O Pop Goiaba montou o palco na Praça de São Domingos, sem apoio da Prefeitura. Mas Niterói é realmente uma graça de província: um show na Praia e o mundo pára em função disso! Eu, que queria ver os shows do Pop Goiaba, fiquei presa em Icaraí, porque a rua da Praia fechou, o trânsito foi desviado, e ninguém sabia onde foi parar o 47! Tive que andar até a Miguel de Frias e pegar um táxi! E vendo o trânsito caótico no sentido inverso, me compadeci dos pobres mortais que trabalham no Rio, portanto, não tiveram feriado, e estavam tentando regressar para suas casas com uma das principais avenidas da cidade fechada!

Poesia voou, foi pra América...

Sem desmerecer o trabalho dos organizadores do festival Poesia Voa, que, mesmo sem apoios, conseguiram trazer à cena uma enorme quantidade de poetas dos mais variados estilos e gerações e colocar a poesia em foco, me senti como no movimento estudantil: nós falando pra nós mesmos! Cobrar 20 reais de entrada pra um evento de poesia é uma insanidade! Era natural que ficasse vazio. E que a maior parte do público fosse formada pelos próprios poetas, que, naturalmente, seguiram o caminho do portão de trás e não pagaram pra entrar. A gente precisa investir mais em eventos que democratizem o acesso à arte, e não que elitizem. Adoro o espaço do Circo Voador, mas é muito elitizado. Um copo de chope a 3 reais! Com 3 reais eu compro uma garrafa e bebemos todos juntos da mesma fonte! E da fonte da poesia, quem beberá? quem beberá? quem beberá? quem beberá?...
Mas a nata da poesia carioca estava toda lá bebendo, falando, ouvindo, confraternizando... E o Tavinho Paes parecia uma pomba-gira frenética!
O evento termina no domingo, e como eu tenho entrado pelo portão de trás, lá vou eu... Depois eu destaco aqui os melhores momentos do Poesia Voa, já adiantando que Mano Melo é realmente um show!

2 comentários:

Anônimo disse...

Fala Bia, é o Daniel, lá do CEP 20 000, do Poesia Voa!
Belo blog este aqui. Pelo que eu estou vendo a poesia voa por aí em Niterói, diferente daqui, em Copa, onde ela só engatinha. Mas, enfim, gostei mesmo, ótimos textos..depois passa lá no verbologue também. E comente!
Beijos lunares!

Anônimo disse...

Pois é, Bia, eu gosto do CEP porque é o mais animado evento/grupo de poesia que eu conheço. É bem provável que você tenha visto Amanda em algum lugar. Ela anda por aí nas brumas do dia-a-dia, mas no Mola ela não compareceu. Ah, terça tem CEP no Humaitá. Vamos a lá? Bjoss

Ps: Tens msn?