2.1.11

com o coração na cabeça

Minha “rave” de ano novo começou na quinta-feira, com a estréia mundial do som do meu carro, e só está terminando hoje, quando enfim vou dormir em casa. Ainda não tive ressaca, porque estou sabiamente me mantendo embriagada. Nesse tempo todo estive com muitos dos meus amigos mais queridos, encontrei com o homem que eu amo – acho que isso é tudo o que eu preciso. Não desejo mais nada em 2011 além do que eu tenho de mais precioso, de mais raro, meus amigos, meus amores. Eu já tenho tudo. Nem sempre a gente se dá conta de quanta coisa a gente tem, porque as coisas mais importantes são bens imateriais. São risadas e espantos. Um frio na espinha, um calor no peito. Um grito, um gemido, palavras que se perdem no ar. Uma sensação de aconchego. A gente tava conversando sobre lembranças e esquecimentos e em como a gente vai perdendo o detalhamento das coisas. Já não lembro como eu segurei o garfo pra comer aquele macarrão com gorgonzola e amanhã não vou lembrar que era um macarrão com gorgonzola e fatalmente vou esquecer o que falávamos naquele momento. As lembranças que ficam, depois de muito tempo, são as emoções mais fortes que tivemos. Por isso não esquecemos a primeira vez de nada, o primeiro porre, o primeiro cigarro, o primeiro amor, o primeiro sexo. A descoberta é uma emoção fortíssima. Na verdade só estou falando isso porque a gente concluiu que a mente, que é considerada o lugar da razão, está totalmente subordinada à emoção, porque ela só registra e grava situações emocionalmente fortes, o resto ela apaga. E a gente falou sobre isso e a gente tava bêbada e a gente falou que tinha que escrever pra não esquecer e a gente não escreveu na hora e hoje eu já não lembrava mas fiz um esforço de memória e relembrei. Não lembro a frase exata que a gente queria anotar, mas a idéia é essa. A mente é o lugar da emoção. Temos cérebros emocionais. Não é o coração. O coração é uma forma bonita e vermelha que a gente usa pra ilustrar tudo isso, mas é apenas um músculo. São aquelas linhas tênues que se formam entre os nossos neurônios, aquelas conexões finíssimas, frágeis, elétricas, que tornam as paixões eternas. As nossas melhores, as nossas piores, as nossas mais fortes lembranças. Lá estão nomeados todos os meus amigos, todos os meus amores, para sempre. É lá que o meu coração pulsa, bem dentro da minha cabeça. Para sempre. Não existe razão.

2 comentários:

Anônimo disse...

a emoção é a razão que nunca morre; ou será que era ao contrário? rsrsrs

mas era quase isso. uma frase. uma únuca frase de efeito que explicava tudo...

e o garfo vc segurou direitinho amiga...

B-Juju

Beatriz Provasi disse...

e os amigos são a razão da minha emoção! love u, juju. bjs