13.1.12

EU NÃO SOU CAZUZA PRA PEDIR PIEDADE

se a alma é pequena, não, não vale a pena... a pena que se usava para tingir palavras. não vale a pena, a caneta bic, a tecla. há almas que não valem nada. até o desprezo é para poucos. de outros, eu sinto pena. mas se a alma é realmente pequena, muito pequena, um quase nada. não vale o silêncio que eu respiro. quanto mais minhas palavras preciosas de poeta. não vale nada. a pena, a caneta bic, a tecla. uma alma pequena nunca pode compreender a vastidão de um poeta.
eu gosto das almas amplas, com imensas varandas. das almas arejadas, que ventam. das almas desassossegadas. das almas vastas, claras, infinitas. de almas que valem não apenas a pena, a tinta colorida de todas as palavras. de almas que valem a vida.
é para elas que eu me entrego de corpo e alma e poesia. é por elas que eu sou vasta e poeta, criança e poeta, pássaro azul e poeta... esses sinônimos.
uma alma pequena não pode compreender como um poeta pode ser ao mesmo tempo uma borboleta amarela, um boto rosa, um cisne negro e um elefante branco... uma alma pequena nunca será uma flor azul, de plástico, regada na janela. uma alma pequena não será um picolé de limão no inverno; não será uma cabana abandonada na estrada; não será a estrada... nada.
tudo pode ser um poeta. todos podem ser uma criança vasta pássaro azul, um poeta, um poema. mas é preciso ter alma, navegar no impreciso, valer a pena.

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