29.6.10

"jurei mentiras e sigo sozinho"

invento mentiras
me cubro de enganos
me traio
eu troco os nomes
eu mudo as datas
escrevo cartas
para o endereço errado
invento um amor só pra me proteger
de mim, de mim!
do que eu não sei sentir
mas...
também não sei mentir
eu me flagro, eu me desvendo
rabisco de hidrocor vermelho
em cima do meu erro
blefes de amor não ganham jogadas
mas eu sorrio com as piores cartas
eu sorrio com a partida perdida
eu sorrio, falida.
esqueço que havia apostado a minha própria vida
mas eu cruzei os dedos
e a aposta era mentira
eu minto, eu minto muito
não conheço a verdade do que sinto
ou finjo que não - eu minto.
eu não quero
eu tenho medo
certas verdades
eu guardo de mim - até de mim!
em segredo
não me confesso
eu não quero ser refém de sentimentos
às vezes eu me freio
às vezes
eu penso
2, 3,... 10 vezes
eu me bloqueio
invento mentiras
e sigo sorrindo...

3 comentários:

tavinho paes disse...

um poema melhor do que o outro ... puxa que safra nova boa ... em comum, a pressão emotiva dos sentimentos básicos ... a transgressão sem a perversão. APAIXONANTES!!!

maria disse...

seguir
é inerente

e 20 vezes a palavra eu
escrita

só torna o EU menos escrito

Beatriz Provasi disse...

o eu não precisa ser mais ou menos escrito. o eu se escreve quando se faz necessário para o eu que escreve. só isso.