14.5.10

Minha alma quer pular por essa janela...

Ontem fui dormir com uma pressão terrível na base da cabeça, atrás das orelhas. Essa semana inteira tenho tido uma série de pequenas enfermidades, somatizando meu estresse e minha ansiedade cada hora pra uma parte do corpo. Hoje é a garganta. Às vésperas do lançamento do meu livro, ainda me vejo mediadora de conflitos, com os quais eu não tenho nada a ver a não ser pelo fato de envolverem dois amigos muito queridos e um maluco que tem me irritado profundamente com a sua total falta de noção (ou maldade mesmo...). Me vi tendo que conversar com uma amiga das mais queridas e que eu amo infinitamente sobre um assunto que sabia a desagradaria e que a deixaria mal. Ela, que é uma pessoa linda que não faz mal a ninguém, ultimamente só tem tomado porrada da vida, e a última foi levada por mim, o que me deixou muito mal, mas muito mal mesmo. Sei que fiz o certo, que ela precisava saber, que eram histórias absurdas que estavam circulando pelas costas dela e eu precisava dar a ela armas pra se defender. Mas pra mim o momento não poderia ter sido pior. Fiquei ainda mais triste de saber que talvez ela não vá no meu lançamento, e eu entendo – não quero pedir sacrifícios a amigos que eu amo. Queria apenas que o lançamento do meu livro não representasse sacrifício a ninguém. Me dói um pouco saber que alguns amigos que não estão bem de saúde irão à festa. Claro que eu quero que eles estejam lá. Mas queria que estivessem bem. Além disso, há duas semanas, tive uma briga terrível com um dos amigos que eu mais amo na vida. Desde então quase não nos falamos. Ele disse que irá ao lançamento, mas isso não me importa tanto. Queria que ele conversasse comigo. Só isso. Ontem precisei muito que ele conversasse comigo. Precisei tanto, mas tanto! Ontem chorei e precisava de alguém que lambesse as minhas lágrimas rindo e rindo e me pusesse no colo e falasse, -“Sua besta, tá chorando por quê? Teu livro tá lindo, você vai arrasar, teus amigos te amam, e você não tem com o que se preocupar. Dorme que eu te faço um cafuné...” Tipo de coisa que ele poderia me dizer. Mas o orgulho impede a gente de se falar, e me machucou tanto a última patada que ele me deu, que eu nem tenho forças pra ligar. Aí a minha amiga de sempre, que é também a minha melhor analista, me deu uma acalmada, eu arrumei tudo o que precisava levar pra festa e fui dormir sem a bolsa de água quente que ela me recomendou - mas só a sua recomendação, o seu cuidado, já me aqueceram um bocado, e depois de algum tempo revirando na cama eu consegui dormir. Agora estou aqui no trabalho e não consigo me concentrar, minha cabeça ferve, minha garganta arde e minha alma que pular por essa janela e ir molhar os pés no mar... Eu devia estar feliz porque vou lançar um livro. Estou triste. Vou me divertir amanhã. Vou ficar bêbada e dar risada. Mas estou triste. Me sinto sozinha – e isso independe de ter ou não companhia. Me sinto profundamente sozinha, irremediavelmente triste, um tanto desamparada – como, aliás, na maioria dos poemas do meu livro. É..., até que faz sentido estar assim no lançamento. (e minha alma quer pular por essa janela e ir molhar os pés no mar... só isso.)

4 comentários:

jupyhollanda disse...

conte comigo para abrandar sua tristeza e molhar os pés no mar!

Love u, Juju

Beatriz Provasi disse...

nossas almas mergulharam juntas ontem de corpo inteiro! a poesia faz esses pequenos milagres... te amo! beijos

Aline Vargas disse...

Linda, o tempo.... o lançamento foi um sucesso, os amigos presentes... vai dar tudo certo....o tempo... Tô sempre aonde você precisar viu... DECIFRA-ME!!!!

Beatriz Provasi disse...

já nos deciframos... agora vamos nos devorar! beijos, linda!