6.12.08

Dar arte de dar nós; Da arte de nos dar

(poema coletivo escrito em mesa de bar)

O desejo latente, latejante
de amar em um momento constante
Amar em todos os momentos,
como se ama no sacrifício, na luta.
Até o momento em que amar
não seja mais sacrifício.
Até o momento que sentir
seja uma simples golada de prazer
à presença do amor.
Assim sinto bater como um coração
nossos pés no chão
e cada corpo que se atrai
que se entrelaça
na nossa pequena íntima multidão.
Me sinto distante...
ora perto, ora longe
do prazer que me satisfaz
Da força que não sabemos de onde vem
mas que nos pega e nos arrasta
Nos leva pra longe, distante
imenso, cativante
De onde nada tem
de onde tudo nasceu
Descubro você. A sorte de amar.
Assim mato a saudade, sedenta de você, numa mesa de bar.
E entre as garrafas de nossos antigos carnavais
descubro teus olhos, que me fitam nessa vida afora
Dentro fora, Dentro fora, Dentro fora, Deeeeeentro...
Tempo afora como agora
E o amanhã que nunca acaba.
E acaba, propõe o recomeço, a ré – a marcha ré, do inconsciente passo que me pedes pra dar. E sem falar, e sem ouvir, eu sigo, errante entre um gole e um abraço. Te tenho em meus braços, vos tenho em meus braços.
Braços já cansados de não segurar, tiram forças do desejo de seguir em frente com vocês, da exaustão. Não suporto, desta vez, ter que soltar, desta vez seguir errante.
Não temo cara feia, mas peço, esta cara tem que me abraçar, amanhã ou depois.
Respirar com todos, este é meu
Devir.
Meu dever de tornar possível cada momento ao seu lado. Como se fosse único, como se fosse inexplicável, como se fôssemos um só, e que nada mais existisse, apenas nós, como o ser mais perfeito do mundo.
Nós todos apertados
Nós. Todos sem querer apartar.
Sempre nós, laços
das fitas mais coloridas
que enchem nossos olhos
que inflam nossos peitos
que são a nossa voz
cantando juntos
uma só voz
de uma só vez, toda vez,
várias vezes
sempre
AMO VOCÊS
NÓS
(nunca mais sós)
E agora, passo.
Posso repetir em voz alta,
sussurrada pra ninguém que não sejamos.
Sempre Nós!


Turma do 2º semestre de 2008 – Artes Cênicas/UNIRIO, vulgo “O Fruto Proibido”
Escrito por Aline Vargas, Beatriz Provasi, Bel Flaksman, Daniel Galvão, Diogo Diniz, Fernando Klipel, Gunnar Borges, Gustavo Almeida, Marília Nunes, Nilson Nunes, Rany Carneiro, Renato De Sena, Rodrigo Abreu, Tatiane Santoro, Vanessa Reis e Wesley May. Participação especial de Rafael Medeiros e Vitória Hadba, amigos d’A Boemia.

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