25.11.13

Eu te vi, mas fingi que não. É sempre difícil cumprimentar alguém com o coração na mão. Você ia fingir que não viu o coração ali, e ia apertar com força, e depois me lagar lá, com toda aquela sujeira nas mãos. Então eu montei barricadas na mesa da bar, só pra você passar. Talvez você tenha percebido, e visto com o canto do olho que eu apertava com tanta força o coração na mão (pra ele não escapar até você), que tenha me feito o favor de também fingir não me ver. Entre mortos e feridos, restam os fantasmas vagando pela cidade no lugar errado, na hora errada. E um poema tolo sobre coisas tolas pra encerrar a madrugada.

4 comentários:

Rodrigo disse...

Uma pessoa com o coração na mão nunca passa despercebida. Fingir que não viu chega a ser um gesto de compaixão.

beijos!

zorro disse...

Sou teu fã de carteirinha.Sempre leio teus poemas bem tarde,assim dá prá ouvir as criaturas da noite e os corações vagabundos.

Beatriz Provasi disse...

valeu, queridos! desculpem a demora em liberar os comentários... fiquei um bom tempo sem acessar aqui. q bom q ao voltar, vcs estavam aqui para me receber! beijos beijos

Barja disse...

Muito bom! Chegando agora por aqui. Gostei!