22.6.13

poesia no front, Rio, 20 de junho de 2013

Poesia no front 1

uma neblina paira sobre o rio
e um cheiro ardido

de ditadura

Poesia no front 2

lágrimas nos olhos...
gás lacrimogêneo ou tristeza?!

tanto faz
tudo volta
como
revolta

Poesia no front 3

agora já pararam as bombas e os helicópteros,
e os passarinhos cantam no amanhecer...
e algo no canto deles me diz "vem voar"...
e eu vou!
quanto mais o poder tentar nos encerrar,
mais a gente vai dizer q só começou!

NOTICIÁRIO

os vândalos atiraram bombas de gás
os vândalos atiraram balas de borracha
os vândalos atiraram spray de pimenta na cara
e atiraram até mesmo com armas de fogo
os vândalos cercaram todas as ruas
os vândalos chegaram com carros, cavalos, escudos
helicópteros, redes de TV
os vândalos NÃO QUEBRARAM TUDO
quebraram TODOS
há muitos anos
os vândalos andam saqueando
os nossos bolsos
os vândalos acham que vão nos sangrar
com quem quebra um vidro
mas um vidro quebrado
não sente a dor de ser quebrado
um vidro não reage
que nos aguardem os vândalos que estão no poder:
nós reagimos!

2 comentários:

Rodrigo disse...

Perfeito, isso merecia estar nos muros da cidade!!
Acho que vi você na Pres. Vargas, rs.

Beijos!

Beatriz Provasi disse...

muita coisa pra pôr nos muros... no muro tem q ser coisa de uma frase - até pra não dar tempo de ser pego escrevendo... já pensou?! de poeta eu passaria a vândala! domingo tem mais: o maraca é nosso, e a geral agora é na rua! bjs