25.10.12

velhas fotografias


Sorrisos congelados em velhas fotografias. As fotos não guardam os copos quebrados, os cinzeiros entulhados de guimbas, as lágrimas, as brigas. Não guardam os nossos tropeços; apenas os pés lado a lado.
Aquele meu sorriso, onde você guarda? Sei que ficou com você quando eu fui embora. Já procurei por aqui, afastei os móveis, revirei as gavetas, e nada.
Eu não soube onde enfiar tanto amor. Furei os bolsos e deixei cair, quase sem querer, porque a gente esquece que os bolsos estão furados e enfia a coisa ali. Depois enfiei as mãos e fiquei surpresa por não achar, e fiquei muito triste por perder. Onde eu poderia encontrar outro igual? Me distraio brincando de encontrar um aqui, outro ali, como quem acha moedinhas nas ruas e fica feliz; uma breve euforia.
Faça o favor de me devolver meu sorriso, não é de bom tom ficar com o que é dos outros. Sei que não te devolvi alguns livros, mas isso não se compara. Sorrisos não se encontram nas prateleiras das livrarias. Só em velhas fotografias; e no seu esconderijo.

Nenhum comentário: