3.2.11

um tipo de camarote

como um guardião de ferro velho
eu e meus destroços & coisas enferrujadas
peças soltas mais as inutilidades de todas as espécies
e tudo que é tipo sombrio que aparece nesse tipo de lugar
fico observando o mundo
da minha poltrona velha de couro detonado
rangendo as molas, rangendo os dentes entre cigarros
o mundo pelas carcaças dos carros, pelos vidros quebrados
quando restam vidros pra quebrar,
pego um bastão e saio detonando faróis e afins
um passatempo pras horas de tédio
é assim que eu passo os dias fazendo poemas
fazendo estilhaço, barulho,
uns versos quebrados
com todo esse lixo do mundo.

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