20.7.10

me consumindo

vai me consumindo
o meu sono, o meu sorriso
vai me consumindo
minha calma e meu sossego
consumindo os meus olhos que ardem
e os meus cabelos que eu não paro de enrolar com as pontas dos dedos
consumindo meu frio e meu calor
minha noite e meu dia
os meus pés que não encontram chão
e as minhas mãos vazias
o meu sim e o meu não
o meu nome e minha ação
tudo se consome
meu silêncio
e o meu grito de socorro
minha paz fingida
minha vida e minha poesia
as minhas dúvidas
a minha covardia
minhas verdades e minhas mentiras
os meus segredos
o meu medo
a minha força
o meu cansaço
me consumindo
como a noite consome o dia
como a morte consome a vida
sem se dar conta
como o amor consome as cores e os cinzas
sem distinção das tintas
você vai me consumindo

2 comentários:

Jarbas Albuquerque disse...

também tenho me consumido.

Beatriz Provasi disse...

"ah, esse cara tem me consumido
a mim e a tudo que eu quis
com seus olhinhos infantis
como os olhos de um bandido..."