21.9.05

Não sigo só...

“é mais fácil mimeografar o passado
que imprimir o futuro”
“nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda”
(Zeca Baleiro)

Eu sinto a vida entrecortada
Corto meus próprios caminhos
Caminho só no breu da estrada
Ao extremo sul, sigo sozinho

Ando seguindo a pista oculta
Que pisca e pesca o meu olhar
Eu olho e vejo, estou na escuta
Não sigo só, ando a sonhar...

Eu vejo a vida aniquilada
Aquilo pesa, há só espinho
Espio perto essa caçada
Sou eu a caça, um passarinho

A passos largos, vou à luta
Estufo o peito e tomo ar
Artista louco, louco batuta
Não sigo só, vou a voar...

Eu canto a vida nesta toada
Fora do tom faço meu ninho
Tomo de assalto a barricada
A outros tantos me avizinho

A noite é longa, a vida curta
Curto a imensidão do mar
A maré enche e tudo muda
Não sigo só meu caminhar...

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