3.10.05

Leva o que é teu!

Do cinzeiro sobe a fumaça da chama recém apagada
Ainda vejo teus rastros na cama que outrora era nossa
Ainda posso sentir tua saliva em minha boca, teu gozo em meu sexo
Tenho tuas digitais marcadas em todo o meu corpo
Registrando em mim tua identidade que só eu sei
Leva tuas malas, mas não podes levar tuas marcas
Carrega os retratos, rasga os contratos,
Mesmo assim não te apagas de mim
Leva teus livros, que eu li
Leva os CDs, que eu ouvi
Carrega também a TV, que esse filme eu já vi
Mas terás também de levar minha alma, que é tua
E abandonar inerte uma carcaça vazia e nula
Se queres partir, leva tudo o que é teu
Não me deixa...

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