25.2.09

é carnaval, e eu não consigo sair, e eu não consigo dormir, e eu vejo os simpsons na fox, e eu não consigo nem rir das piadas... é carnaval e eu não vejo o seu rosto no meio das máscaras na multidão e eu só me pergunto onde está você. se você veste a mesma máscara de euforia que eu vi outro dia. é sempre a mesma máscara com cheiro de álcool e falsa felicidade. é sempre a mesma fantasia, que eu gosto de despir quando te olho nos olhos e vejo o que ninguém vê. mesmo aqui, em casa, sozinha, e até de olhos fechados, eu vejo você. não queria te perder de vista, mas eu deixo você se afastar dos meus olhos sem apresentar resistência nenhuma, porque sei que as fantasias também são teu refúgio, e eu te deixo fugir... e eu até acho graça quando vejo alguém perseguir essa imagem, a que você tem e a que você cria, tanto faz. acho graça porque a imagem é o que se esvai. é uma perseguição inútil, e você sabe, e você deixa. e eu acho mesmo que no fundo você acha graça também. e se diverte com isso enquanto não cansa. às vezes você parece criança. querendo testar os limites. pedindo, implorando, um não. apenas mais uma criança querendo chamar atenção. mas eu, quando olho você, o que vejo é uma criança chorando, sozinha, perdida no meio da multidão. uma criança sem os pais ao lado pra quem dar a mão. sem o endereço de casa. e que de tanto soluçar nem consegue dar alguma informação pra que alguém possa te ajudar. o pior é que você sabe que tem a minha mão, e você solta... então não sou eu que vou catar a sua pra te trazer de volta. no fundo eu também sou uma criança sozinha perdida no meio da multidão. só que eu tenho o endereço de casa, onde eu sempre tenho mãos pra segurar, e pra me sentir segura. é carnaval e eu estou em casa e isso me faz bem. não queria te encontrar pelas ruas... te perder de mim...