10.10.09
NU ARTÍSTICO
a nudez mais funda é a da alma
tento esconder as gordurinhas dos meus pensamentos
mas elas pulam pra fora, formam pneuzinhos
meus poemas são repletos de pneuzinhos
são o corpo imperfeito de um espírito inquieto
não uso maquiagem e vivo descabelada
meus versos têm um dentinho torto que aparelho nenhum dá jeito
cansei de sorrir com a mão na frente pra esconder o defeito
hoje sou só gargalhada!...
desfilo versos desengonçados pelas passarelas
me deixo fotografar com as expressões mais ridículas
o amor é ridículo – por que meus versos têm de ser bonitos?
eu defendo a feiúra da obra de arte
a estética da feiúra, da imperfeição,
do exagero, do excesso de informação
a estética dos engarrafamentos, da fumaça, das buzinas
do muro pichado, do lixo revirado
de tudo o que é caótico, urbano
de tudo o que é humano
a nudez mais funda é a alma exposta, ferida aberta,
coração dilacerado atirado no asfalto
que ainda pulsa, pulsa, pulsa...
antes de ser esmagado pela roda do carro
o motorista apressado nem vê
(está sempre atrasado pra viver)
eu desacelero, recolho, emolduro, exponho:
é o meu poema
que ainda pulsa, pulsa, pulsa...
eu estou nua dentro de um carrinho de compras no meio da rua
mas são poucos que têm olhos pra ver.
tento esconder as gordurinhas dos meus pensamentos
mas elas pulam pra fora, formam pneuzinhos
meus poemas são repletos de pneuzinhos
são o corpo imperfeito de um espírito inquieto
não uso maquiagem e vivo descabelada
meus versos têm um dentinho torto que aparelho nenhum dá jeito
cansei de sorrir com a mão na frente pra esconder o defeito
hoje sou só gargalhada!...
desfilo versos desengonçados pelas passarelas
me deixo fotografar com as expressões mais ridículas
o amor é ridículo – por que meus versos têm de ser bonitos?
eu defendo a feiúra da obra de arte
a estética da feiúra, da imperfeição,
do exagero, do excesso de informação
a estética dos engarrafamentos, da fumaça, das buzinas
do muro pichado, do lixo revirado
de tudo o que é caótico, urbano
de tudo o que é humano
a nudez mais funda é a alma exposta, ferida aberta,
coração dilacerado atirado no asfalto
que ainda pulsa, pulsa, pulsa...
antes de ser esmagado pela roda do carro
o motorista apressado nem vê
(está sempre atrasado pra viver)
eu desacelero, recolho, emolduro, exponho:
é o meu poema
que ainda pulsa, pulsa, pulsa...
eu estou nua dentro de um carrinho de compras no meio da rua
mas são poucos que têm olhos pra ver.
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3 comentários:
Adoro a possibilidade de liberdade das amarras de um padrão imposto sei lá por quem!!
poema muito sensível Bia, amei!
Saudades da Srta. Tá?!
B-Ju
Intensidade arrebatadora!
Dá vontade de cometer no mínimo um erro por dia pra ter certeza de estar vivo.
Bela imperfeição.
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