19.5.08
das coisas simples que a gente não pode falar
as coisas são simples
eu que me perco em devaneios literários
as coisas são como são
eu sozinha no carro, dirigindo sem direção
eu com um celular silencioso nas mãos
vontade de ligar
e a razão me dizendo que não
eu paro nos sinais vermelhos
não é mais madrugada
o dia já clareou
hoje eu não vou pra casa
o sinal abre
eu sigo em frente
o farol ainda ligado
já é dia claro
apago o farol
meu carro que tava tão cheio
balança agora vazia
uma latinha de cerveja largada no chão
e no banco do carona,
em que agora repousa a minha bolsa
com o celular que eu não vou pegar,
você já esteve sentado
me pedindo pra te levar pra qualquer lugar
eu te levaria pro infinito
se você dormisse comigo
dormisse mesmo no sentido literal
você do meu lado, roncando
(será que você ronca?)
eu ia até achar bonito...
te ver dormindo
um rosto vulnerável
sem caras e bocas
sem máscaras
troco a marcha, acelero
eu te levaria ao mundo inteiro
paro no sinal (como tem sinal vermelho!)
agora eu não te levo mais pra casa
seria te largar nos braços dela, te entregar
as coisas são simples e eu não quero mais confusão
se quiser se sentar ao meu lado, eu não te entrego, eu não te largo
vai com as próprias pernas
trilhar o caminho com o qual você já tá tão bem acomodado
deixa o incomodo comigo, eu me viro
eu viro a esquina
eu hoje não vou pra casa
na minha irmã eu busco abrigo
eu estaciono, entro no prédio, subo no elevador
e o vazio do carro eu carrego comigo
eu falo oi e peço uma caneta
rabisco, rabisco, mas não consigo escrever um poema de tudo isso
como literalizar coisas tão simples
e que não têm tradução em palavras?
você nunca vai saber o gosto das minhas lágrimas
você não pode prová-las
eu sentada na cama, no quarto escuro,
a vista afogada,
eu vejo apenas você caminhando, caminhando...
levado pelas suas pernas, pelo seu desejo
e vejo também alguém te esperando
alguém talvez também com gosto de lágrimas na boca
mas é aquela boca que te espera para um beijo
as coisas são simples
eu que me perco em devaneios...
eu que me perco em devaneios literários
as coisas são como são
eu sozinha no carro, dirigindo sem direção
eu com um celular silencioso nas mãos
vontade de ligar
e a razão me dizendo que não
eu paro nos sinais vermelhos
não é mais madrugada
o dia já clareou
hoje eu não vou pra casa
o sinal abre
eu sigo em frente
o farol ainda ligado
já é dia claro
apago o farol
meu carro que tava tão cheio
balança agora vazia
uma latinha de cerveja largada no chão
e no banco do carona,
em que agora repousa a minha bolsa
com o celular que eu não vou pegar,
você já esteve sentado
me pedindo pra te levar pra qualquer lugar
eu te levaria pro infinito
se você dormisse comigo
dormisse mesmo no sentido literal
você do meu lado, roncando
(será que você ronca?)
eu ia até achar bonito...
te ver dormindo
um rosto vulnerável
sem caras e bocas
sem máscaras
troco a marcha, acelero
eu te levaria ao mundo inteiro
paro no sinal (como tem sinal vermelho!)
agora eu não te levo mais pra casa
seria te largar nos braços dela, te entregar
as coisas são simples e eu não quero mais confusão
se quiser se sentar ao meu lado, eu não te entrego, eu não te largo
vai com as próprias pernas
trilhar o caminho com o qual você já tá tão bem acomodado
deixa o incomodo comigo, eu me viro
eu viro a esquina
eu hoje não vou pra casa
na minha irmã eu busco abrigo
eu estaciono, entro no prédio, subo no elevador
e o vazio do carro eu carrego comigo
eu falo oi e peço uma caneta
rabisco, rabisco, mas não consigo escrever um poema de tudo isso
como literalizar coisas tão simples
e que não têm tradução em palavras?
você nunca vai saber o gosto das minhas lágrimas
você não pode prová-las
eu sentada na cama, no quarto escuro,
a vista afogada,
eu vejo apenas você caminhando, caminhando...
levado pelas suas pernas, pelo seu desejo
e vejo também alguém te esperando
alguém talvez também com gosto de lágrimas na boca
mas é aquela boca que te espera para um beijo
as coisas são simples
eu que me perco em devaneios...
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9 comentários:
putz, Bia... eu chorei!
bjos
eu também, ju. bom ter seus ombros por perto! beijos!
Sempre, amiga. Meus ombros, meus ouvidos, minha atenção... tudo. Sempre!
Força!
Bjos
fantástico!!!
nada simples....
Bia, Bia...olha lá onde te metes! Os homens, cara amiga, são uma invenção mal feita que algum filósofo, tentando ser mais esperto que Descartes, criou só pra concorrer com ele,séculos atrás... um beijo...
p.s: mas que deu bom versos, ah isso deu!
oi betina! é simples sim, e se traduz numa palavra que eu preciso conseguir dizer: não. beijos!
franco, querido! se todos fossem iguais a vc... beijos!
Nossa, zapeando a TV me deparei com você Bia, declamando majestosamente este poema, acompanhado pelo som de Arnaldo Brandão e banda. Na hora guardei os versos e já sai em busca de vc e do poema. Show!!
q bacana, Angela! nem fiquei sabendo da exibição... passou onde? esse blog aqui está inativo, mas se quiser pode acompanhar as novas postagens em http://www.beatrizprovasi.blogspot.com.br/. valeu! beijos
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