16.1.07
Esculpida por Camille
Quando os olhos secam e a alma serena.
Quando nada vale mais a pena.
Quando tudo perde o gosto, que nem há mais amargura.
Quando não há sim nem não talvez, que só resta um tanto faz como tanto fez.
Só quando se passa da esperança ao desespero, e daí a uma resignada espera confortavelmente deitada pelo que se sabe que não virá.
É só neste momento de desamor que não é ódio.
Quando a solidão já dissipou toda a melancolia de quem não queria ser tão só.
Quando me faltam palavras para descrever uma falta de que não sinto falta, uma ausência que não é saudade, esses sentimentos que não sinto.
Quando nada pulsa e o sangue me corre morninho nas veias.
Quando eu morro como quem adormece com olhos abertos e um sorriso suspenso esquecido na boca.
Nesses momentos sólidos de temperatura amena coloridos em tons pastéis.
Nesses momentos não cabem poemas, que são de matéria-prima um tanto etérea.
Tendo apenas pedra como matéria, assim se traduz meu coração:
Uma escultura de perdas talhada por mãos de Camille Claudel.
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7 comentários:
bia, que perfeição. maravilha total ! ch.
Toda Camille Claudel tem seu Rodin rondando... Merci, mestre!
bix bix
seus tiros são tão certeiros
que eu perco a graça.
te rondo te rondarei
para saborear suas migalhas.
nunca te li tão bela.
esse drama que é da vida
do eterno desencontro e
da solidão que devora
mas vc faz disso tudo um poema
como esse e a vida passa a valer
mil sóis passa a valer você
em meus lençóis,
todo meu amor,
ch.
não sei o que dizer... eu dou um tiro certeiro e vc me desconcerta.
o FCBT (Fan Club Beatriz Tavares) clama, implora, exije uma foto de Bia dentro de sua Fiat Kmille Uno Prata. Queremos comprovar se ela é às no volante. foto / foto já !!!!!
Linda poesia!Lindo espaço.Gostando de tudo.Chegando por acas e querendo ficar.voltarei,claro.
Que bom, Livia! Volte sempre!
Beijos!
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