1.8.06

FLIP 2005-2006

Ano passado foi assim. Resolvi ir com um mês de antecedência. Chamei vários amigos. Ninguém podia. Fui sozinha. Vi que tinha um evento de poesia da OFF FLIP, um concurso com um nome interessante: Cabaré Literário. Me inscrevi. Foi minha primeira aparição pública como poeta. No concurso e com a publicação de um fanzine. Quase morri de vergonha, mas saí do armário. E teve quem gostasse... Depois disso que criei o blogue, publiquei um outro fanzine, comecei a participar dos eventos de poesia no Rio. Ainda morro de vergonha. Pra falar poesia em público, é um custo. Prefiro me esconder atrás da tela. E pra falar a verdade, não me considero poeta. Só arrisco uns versos vez em quando, pra não sufocar. É terapêutico. Curioso é que depois disso comecei a ter uma preocupação maior com a forma. Antes era enxurrada, torrente de palavras. Agora, é uma coisa mais contida. Meu estilo, se é que posso dizer que tenho um estilo, mudou. Não sei se pra melhor ou pior. As enxurradas me são mais terapêuticas, e ainda as tenho. Mas elas saem mais em forma de prosa, que em verso, uma coisa sem quebra e quase sem pontuação. Gosto das tempestades, da água batendo na cara, do cheiro de terra molhada. Gosto mais de escrever assim. Acho que vou parar com o blogue e com essa preocupação chata de escritor com a recepção do leitor. A verdade é que escrevo pra mim, e não pra você que me lê. Já até me deixei levar no embalo da tempestade e mudei o rumo da prosa. Falava da FLIP, que fui sozinha e foi uma experiência marcante na minha vida. Fiquei no albergue e conheci pessoas maravilhosas, que se tornaram a minha turma lá, me apaixonei perdidamente por um jovem poeta que hoje é um amigo muito querido e de cujo trabalho admiro muito, vi tudo o que quis e deixei de ver o que todos queriam, porque Jô e Jabor tão na TV todo dia e eu nem gosto... Enfim, foi du caralho! Este ano, não estava tão empolgada. Mas ontem, uma amiga me botou uma pilha e eu embarquei. Agora, ela nem sabe se vai ou não vai. Mas eu vou. Viajar acompanhada é bom para compartilhar as coisas, mas sozinha também é muito bom, porque vc fica mais livre, leve e solta. Tem gente que vive na dependência do outro. Eu gosto de sair sozinha. Então, tá decidido. A programação da FLIP tá em www.flip.org.br e dá pra ver a da OFF FLIP em www.paraty.com.br . Vou lá ver Maria Bethânia, Ferreira Gullar, mas vou ver também Marcelino Freire e Fabiana Cozza!...

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