Fui assistir ao primeiro filme da Mostra Sílvio Tendler, organizado pelo Proac na UFF, a convite da minha querida Beatriz Tavares. O filme, ainda inédito, chama-se “Utopia e Barbárie” e apresenta vários movimentos que a partir do Pós Guerra, mudaram a cara do mundo. Das Guerras do Vietnã aos Panteras Negras, da luta armada no Brasil, no Chile e na Argentina (tem um depoimento espetacular de uma mãe da Praça de Maio) ao Movimento Feminista. O filme é muito bem documentado com depoimentos do General Giap, grande guerreiro vietcong a Daniel Cohn-Bendit, de Wladimir Palmeira a Zé Celso Martinez Correia. É um excelente retrato da turbulenta metade final do século passado. Faltou apenas, a meu ver, focar com mais vigor, o Movimento de Contracultura, com o rock, a psicodelia, a revolução sexual. Sem dúvida esse movimento deixou marcas profundas na cara da humanidade e ajudou em muito a terminar com a guerra no Vietnã. Mas essa praia não é a do Sílvio, que estudava na Sorbonne em 1968 e não desenvolveu o que disse Zé Celso sobre a revolução do “aqui agora” que troca a luta pelo poder pelo prazer de estar vivo.
Enfim, valeu a viagem. Era dia 29 de junho, dia de São Pedro.
Na saída, a praça de São Domingos fervilhava. Beatriz me levou até a barca.
Fomos comendo pipoca e exercendo o tal prazer.
A Mostra Sílvio Tendler continua. Quem quiser saber das nossas memórias contemporâneas é só se atirar.
(Chacal comenta o filme no debate com Silvio Tendler e provoca questões; eu percebo a presença do fotógrafo e me encolho em vão)
2 comentários:
bia, essa informação que o sílvio estudou na sorbonne em 68, não é real. me equivoquei. o depoimento dele é muito sincero. no filme e nessa fala aí em cima. vivemos sentimentos muito parecidos em relação à luta armada. meu caminho foi pela poesia. e pelo "aqui agora", que é aquele nada que é tudo. bj, chacal
Há muitos caminhos. A maioria não leva a lugar nenhum. Tua poesia é potente. O cinema do Silvio é potente. Não sabemos onde isso vai dar, então que pelo menos tenhamos prazer na caminhada. E em vez de reuniões a portas fechadas, façamos a revolução a céu aberto, que é pra arejar as idéias!... Beijos!
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